VÍTIMAS OU ALGOZES DA PRÓPRIA ESCOLHA?
"O poder emana do povo." Essa frase determina a democracia, mas, e quando essa poderosa ferramenta de poder é mal utilizada pela própria população, quais os efeitos na política?
POR LARISSA ARAÚJO - COLUNISTA ESPAÇO DE ESCRITA AFIRMATIVA
5/20/20252 min read


Numa sociedade democrática, o voto é soberano no exercício político, é através dele que os representantes do povo são eleitos, com características e perfis que se assemelham ao seu público eleitorado. A identificação é um dos critérios adotados para creditar a confiança no candidato, essa representação torna-se legítima logo após o processo de eleição, e as ações do mandato é o reflexo do que movimenta os interesses, seja para atender o bem comum ou extrair benefícios particulares.
Quando avaliamos o contexto social da realidade brasileira, identificamos a precariedade dos serviços públicos que são disponibilizados para a população, tendo em vista que o País possui uma carga tributária elevada, a conversão dos impostos deveria atender de modo satisfatório ao menos o básico e o essencial, mas por exemplo, no âmbito da saúde e educação, duas importantes áreas que impactam diretamente no desenvolvimento humano, temos inúmeros problemas relacionados à gestão ineficiente e corrupção estrutural.
Dentro desse contexto, de gerenciamento de recursos públicos e desvios de verbas, temos a câmara de vereadores e de deputados, cuja funcionalidade deve ser fiscalizar e legislar em favor das demandas urgentes da população, mas e quando essa atuação fica comprometida porque os fiscalizadores e legisladores se rendem a política partidária de interesses e não conseguem atender as prioridades da coletividade ao qual representam?
O resultado é desastroso! Quando se coloca no poder alguém que foge da responsabilidade de trabalhar pelo bem comum e prioriza um projeto de poder acima de qualquer outro objetivo, quem mais precisa utilizar dos serviços públicos padece por não ter. Ora, é evidente que as pessoas não mudam ao conquistar uma cadeira eletiva, o caráter já estava moldado, e ao adentrar a esse espaço de poder, com maior amplitude, encontra oportunidades que potencializam aquilo que sempre foram, corruptos!
Numa analogia, são lobos cuidando das ovelhas...
Em outros tempos, havia uma dificuldade maior para avaliar um bom candidato, a pouca informação e a falta de conhecimento eram as armas utilizadas para render um povo a um ciclo de dependência.
Atualmente, a maioria das pessoas tem algo que chamamos de consciência política, independente do contexto social, ou grau de instrução, todos conseguem entender o cenário ao qual estão inseridos, então porquê continuar elegendo aqueles que usurpam da máquina pública para escravizar o mais enfraquecido em suas mazelas?
O povo ainda acredita que as migalhas que o alimentam, matam a fome de dignidade, vender o voto ou trocar por "favores", é se condenar a uma realidade humilhante. A falsa sensação de ganhos e privilégios, é fomentada na população através de ações de promoção social com a objetividade exclusiva de tornar as pessoas cada vez mais dependentes daquela assistência.
O povo se sente grato a quem dá a eles aquilo que é direito, a dignidade humana!
O perfil político de quem continua a manipular o eleitor é o mesmo, discursos emotivos, populares, carismáticos, sagazes, comentários alinhados, que impressionam, mas que na prática não tem efeito, falam de promessas e não de propostas, se comprometem com o surreal, mas não apresentam viabilidade de projetos, criam dependências mas não trabalham políticas públicas que promovem o desenvolvimento.
Por tanto, quando a escolha é consciente, a consequência é justa!