Verde não reluzente: As Baronesas e o preço da sustentabilidade
Ah, as chuvas! Elas chegam anunciadas pelos meteorologistas, pelos trópicos úmidos, pelos pássaros que voam mais baixo e pelas ruas que, de repente, se tornam rios. Mas não só de água são feitas essas chuvas. Elas trazem também uma visitante inesperada e, digamos, um tanto inconveniente: a Baronesa.
Poluição Ambiental
1/14/20252 min read


Ah, as chuvas! Elas chegam anunciadas pelos meteorologistas, pelos trópicos úmidos, pelos pássaros que voam mais baixo e pelas ruas que, de repente, se tornam rios. Mas não só de água são feitas essas chuvas. Elas trazem também uma visitante inesperada e, digamos, um tanto inconveniente: a Baronesa.
Não, não é da nobreza que estamos falando, mas de uma planta aquática que desce com as correntezas como quem está a caminho de um baile tropical. O problema é que, ao invés de adereços de festa, ela carrega consigo esgoto, lixo e muito lixo!
A Baronesa, à primeira vista, pode até parecer bela. Mas basta ela encostar na realidade turística das nossas praias para transformar um cenário paradisíaco em um pesadelo ecológico e econômico. Imagine só: turistas às pencas, prontinhos para uma foto à beira-mar, sendo recebidos por um tapete flutuante de verde não tão reluzente assim. Prejuízo na certa.
E o que fazem os gestores locais? É nesse momento que o imaginário popular se enche de soluções milagrosas. “Por que não usar uma colheitadeira aquática? Um trator? Uma retroescavadeira?” Ah, caro leitor, se fosse simples assim. Combater a Baronesa sem atacar sua raiz (literal e metaforicamente) é o famoso “chover no molhado” ou, neste caso, correr o risco de afundar no água com a colher furada.
A solução exige mais do que improvisações. Precisamos de políticas públicas integradas. Enquanto esgotos continuarem desembocando nos rios, margens carecendo de mata ciliar, e fertilizantes sendo usados sem critério, a Baronesa continuará sua turnê pelas praias brasileiras.
Mas nem tudo é pessimismo. Que tal transformar o problema em solução? A Baronesa, que hoje incomoda, pode ser convertida em recurso. Não é a minha praia, mas vai aqui vão ideias ousadas:
Compostagem e Adubo Orgânico: As plantas coletadas podem ser transformadas em adubo rico em nutrientes, revitalizando solos degradados.
Produção de Biogás: A Baronesa é um prato cheio para biodigestores, gerando biogás e biofertilizantes de forma limpa.
Artesanato e Biomateriais: Suas fibras podem ser aproveitadas para criar artesanatos ou biomateriais inovadores, sendo fonte de renda criativa.
Em tempos de novos prefeitos e velhos problemas, é hora de encarar os desafios com criatividade. A Baronesa, que hoje é lixo, pode virar luxo. Basta tratá-la com atenção, colocando o dedo na ferida – ou melhor, no esgoto.
Afinal, quem sabe? A praia pode voltar a ser apenas praia, e a Baronesa, com um pouco de imaginação, pode até ganhar seu lugar ao sol.