SIMPlesmente Maria Alice

Cada um carrega um nome, mas poucos fazem dele um legado. Maria, de Amada Graça, de graça soberana. Alice, de sinceridade e nobreza. Quem conheceu Maria Alice sabia que ela reunia todos esses adjetivos e muito mais.

Meu tempo de convivência com ela foi pouco mais de um ano. Mas você sabe o que é conhecer Maria Alice por um ano? É ver a política pulsando em cada gesto, em cada poro, em cada palavra, em cada estratégia. Criada no Bairro de Fátima, presenciou sua família contribuindo ativamente na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. Casou-se aos 15 anos e construiu sua história ao lado do marido, dos filhos e netos, que foram seu grande amor. E como amou! Por isso, foi intensamente amada também.

A partida de seu eterno parceiro de trabalho, Fernando Gomes, deixou uma profunda dor em seu corpo e na alma. Juntos, traçaram caminhos que moldaram a política regional para não dizer estadual. Maria Alice recebeu o título de "A Dama de Ferro das Terras Grapiúnas", numa referência à então Primeira-Ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher. Comparação justa. Maria Alice era simplesmente uma mulher de personalidade forte em um mundo predominantemente masculino e machista. Ela não teve escolha, precisava se impor. E como fez isso bem!

Sua gargalhada gostosa e sua leitura rápida do cenário político eram inconfundíveis. Do estreante ao veterano, do candidato a vereador ao governador do estado, todos respeitavam seus ensinamentos. E como ela ensinava! Para as mulheres na política, Maria Alice continuara a significar inspiração e resistência.

Você já a viu assistindo a um jogo de futebol e torcendo para Portugal? Era de uma felicidade contagiante, daquelas que dá vontade de apertar suas bochechas e admirar.

Esta é a minha homenagem a essa querida amiga e professora política. Meu respeito eterno, Maria Alice. Seus conselhos e lições estão gravados no meu coração.