"Olha a Ficha de Saúde aí, Gente!"

O texto critica a manipulação de saúde e benefícios básicos pelos políticos para controlar e obter votos, perpetuando um ciclo de dependência e corrupção eleitoral.

COMPRA DE VOTOS SAÚDE PÚBLICA

Lisdeili Nobre

8/10/20242 min read

"Olha a Ficha de Saúde aí, Gente!"

Quem disse que os prefeitos realmente querem oferecer saúde de qualidade, disponível para todos? Claro que não! Se assim fosse, não haveria uma população carente, desesperada por uma vaga em um posto de saúde, por uma cesta básica ou por um cargo em órgão público. A miséria, o desemprego e a doença são ferramentas poderosas nas mãos dos políticos, usadas para manipular e controlar a população, principalmente em épocas de eleição.

O sistema parece desenhado para que as pessoas aceitem, sem questionar, as fichas distribuídas nos postos de saúde como se fossem ingressos para a sobrevivência. Afinal, quem quer morrer? A cesta básica, o cargo em órgão público, o atendimento médico — tudo isso é negociado abertamente com possíveis eleitores, como coentro fresco vendido na feira.

Mas esse "almoço grátis" custa caro. Muito caro. Para a população, o preço é alto: câmaras de vereadores lotadas de ineficientes e assistencialistas, que perpetuam um ciclo vicioso de dependência e troca de favores.

Mas esse "almoço grátis" custa caro. Muito caro. Para a população, o preço é alto: câmaras de vereadores lotadas de ineficientes e assistencialistas, que perpetuam um ciclo vicioso de dependência e troca de favores. O mercado paralelo de compra de votos cria uma falsa impressão de que os prefeitos estão no controle. Mas será que estão mesmo?

Quando um candidato a vereador tenta persuadir eleitores com favores e serviços, pratica crime eleitoral. Alô, Justiça Eleitoral! Desçam aos municípios, pois a lei é clara: é proibido doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor qualquer bem ou vantagem de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, com o objetivo de obter votos. E a caracterização do crime se dá até mesmo por uma simples promessa.

É inerente ao processo eleitoral que políticos tentem persuadir os eleitores, mas os meios usados para isso é que fazem a diferença entre um ato legal e um crime. O convencimento deve ser feito dentro dos limites da ética e da legalidade, sem quebrar o equilíbrio da disputa ou corromper a vontade soberana dos cidadãos.

Afinal, a saúde, a dignidade e o voto não devem estar à venda. Que a justiça seja feita, não apenas nas urnas, mas também nas práticas que nos conduzem a elas.