O tenebroso mês de janeiro é sempre uma prova de fogo para prefeitos
O tenebroso mês de janeiro é sempre uma prova de fogo para prefeitos – tanto para que estreiam na gestão quanto os que foram reeleitos. E é nesse cenário que o desperdício de dinheiro público ganha holofotes, quase como um vilão de novela: previsível, mas sempre causando estragos.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Lisdeili Nobre
1/11/20252 min read


O tenebroso mês de janeiro é sempre uma prova de fogo para prefeitos – tanto para que estreiam na gestão quanto os que foram reeleitos. E é nesse cenário que o desperdício de dinheiro público ganha holofotes, quase como um vilão de novela: previsível, mas sempre causando estragos.
A razão é simples e alarmante: a conta chega. E, para muitos gestores, falta é dinheiro para fechar as contas. O baile de janeiro é aquele clássico “vixe” que vem acompanhado de bombas para todo lado. Mas aqui está a primeira grande lição que qualquer gestor público precisa aprender às pressas: economizar é sobrevivência.
A solução? Entender de políticas públicas. E não adianta ficar no discurso vazio das campanhas, como quem promete mundos e fundos sem nem ao menos saber diagnosticar o problema.
Vamos pensar no problema público como uma doença. Ninguém vai ao médico pedindo uma cirurgia sem antes fazer exames, certo? Assim também é na gestão pública: você não resolve algo sem antes identificar o problema e escolher o tratamento adequado. Esse tratamento, no caso, são as políticas públicas. Elas são como remédios, dietas ou até cirurgias – instrumentos específicos que miram na solução da questão.
O desafio, portanto, é saber fazer o diagnóstico. E isso exige conhecimento técnico, preparo e capacidade de liderança. Sair do “eu acho” e entrar no “eu sei”.
Muitos gestores ainda se perdem ao confundir medidas emergenciais com soluções definitivas. Um exemplo clássico? Jogar dinheiro em projetos mal planejados para agradar à população de forma imediata, sem considerar os impactos de longo prazo. Resultado: mais problemas do que soluções.
Neste mês de janeiro, enquanto prefeitos correm para apagar incêndios financeiros, vale lembrar: economizar não é cortar por cortar, mas sim investir com inteligência. É diagnosticar e tratar, com a precisão de um bom médico e a criatividade de um bom gestor.
No final das contas, políticas públicas eficazes são como remédios bem administrados: podem não ter o gosto mais doce, mas são fundamentais para a saúde da gestão.
Lisdeili Nobre é doutoranda em Políticas Sociais e Cidadania, mestre em Gestão Pública. Professora de Direito, Delegada de Polícia Civil e CEO da Afirmativa Consultoria, atua em planejamento estratégico para cidades inteligentes e desenvolvimento de políticas públicas.