O ITAPEDRO não pode ser...

O ITAPEDRO deve ser uma celebração da cultura local sem se tornar uma distração dos problemas reais de Itabuna, nem ser usado como ferramenta de manipulação política ou como paliativo superficial para questões sociais e infraestruturais mais profundas.

Lisdeili Nobre

6/24/20242 min read

O ITAPEDRO não pode ser...

Em nossa cidade, a chegada do ITAPEDRO é motivo de celebração, uma época em que as ruas se enchem de música e alegria, e os corações dos moradores pulsam ao ritmo das festividades. Este evento, além de proporcionar um necessário descanso das labutas diárias, oferece uma pausa crucial para a saúde mental, permitindo que todos relaxem e recarreguem suas energias. Nesses momentos, os shows dos artistas que tanto amamos não são apenas entretenimento, mas um bálsamo que suaviza o peso da vida cotidiana.

No entanto, a função do ITAPEDRO não deve se limitar a ser apenas um refúgio temporário das adversidades do mundo. O risco que corremos, ao dedicar tanto fervor e recursos a tais celebrações, é transformar esses eventos em meros instrumentos de distração. É fundamental que essas festividades não se convertam em uma cortina de fumaça para os reais problemas que a cidade enfrenta - como corrupção, má gestão e insuficiência em áreas vitais como saúde, educação e infraestrutura.

O ITAPEDRO não pode ser apenas um refúgio temporário das adversidades do mundo. É crucial que essas festividades não se transformem em instrumentos de distração, escondendo os reais problemas que a cidade enfrenta, como corrupção, má gestão e deficiências críticas em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

O ITAPEDRO não pode ser uma estratégia adotada por regimes populistas, onde governantes utilizam os recursos públicos não para o bem-estar coletivo, mas como uma ferramenta para ganhar popularidade e apoio através de benefícios imediatos e superficiais. A longo prazo, tais práticas podem desviar a atenção das soluções verdadeiramente necessárias que garantiriam o desenvolvimento sustentável da nossa comunidade.

O ITAPEDRO não pode ser uma forma de manipulação política, onde o fácil acesso a entretenimento pode criar uma falsa sensação de bem-estar e estabilidade. Essa manipulação, por sua vez, pode servir para obter apoio eleitoral, desviar críticas e enfraquecer movimentos de oposição, corroendo os alicerces da nossa democracia.

O ITAPEDRO não pode ser, enfim, um impacto negativo na democracia, enfraquecendo os princípios democráticos ao desestimular o engajamento cívico e a participação ativa da população nos processos políticos. Quando as pessoas estão distraídas com o entretenimento e aliviadas com benefícios superficiais, tendem a ser menos críticas e menos propensas a exigir transparência e responsabilidade dos governantes.

Enquanto nos deleitamos com as festas do ITAPEDRO, devemos manter um olhar crítico e atento, exigindo que os mesmos níveis de investimento e energia dedicados ao festival junino sejam também aplicados em iniciativas que fortaleçam e desenvolvam nossa infraestrutura e serviços essenciais. Só assim o ITAPEDRO será verdadeiramente uma celebração da nossa cultura e resiliência, e não um paliativo para os desafios que enfrentamos. Celebrar é necessário, mas nunca à custa do progresso e do bem-estar duradouro de nossa comunidade