O Cheiro das Inaugurações: A Fragrância da Estadualização dos Serviços Municipais
Nos últimos dias, A região foi palco de uma verdadeira maratona de inaugurações e assinaturas de ordens de serviço. O vai e vem de autoridades, os discursos ensaiados e os apertos de mão com tapinhas nas costas criaram um ambiente carregado de simbolismos.
INAUGURAÇÕES
Lisdeili Nobre
3/20/20252 min read


Nos últimos dias, a região foi palco de uma verdadeira maratona de inaugurações e assinaturas de ordens de serviço. O vai e vem de autoridades, os discursos ensaiados e os apertos de mão com tapinhas nas costas criaram um ambiente carregado de simbolismos. E, claro, de fragrâncias políticas peculiares. O que nos leva a uma questão crucial: qual o perfume que exala das inaugurações?
Neste enlace perfumado, há um verdadeiro catálogo de essências políticas. Tem aquele aroma de compromisso público, misturado a um leve toque de promessas pré-eleitorais. Tem a fragrância da eficiência administrativa, exalada por quem realmente quer resolver problemas históricos. Mas há também um cheirinho característico de jogada estratégica, aquele perfume de territorialização política que anuncia, de longe, que a corrida eleitoral já começou.
Há os que foram eleitos na oposição e herdaram um município com um orçamento mais furado que peneira de casa de vó. Manter serviços essenciais nessas condições exige um malabarismo financeiro digno de prêmios. É um aroma de suor e persistência, um misto de café forte com papel timbrado de solicitação de repasse.
Já outros, diante de um cofre municipal que faz eco, não hesitam em estender a mão para o governo estadual, aceitando de bom grado qualquer ajuda – mesmo que isso venha com um cheiro inconfundível de acordos políticos.
E é aí que o perfume de maior fixação se espalha: o inconfundível odor da pré-eleição. Ele é forte, persistente, difícil de disfarçar. Ele chega antes mesmo do gestor, impregnando os corredores administrativos e marcando território. Afinal, estadualizar serviços municipais pode ser tanto uma necessidade quanto uma estratégia. O governo chega, investe, corta fitas, posa para fotos, e sutilmente diz: “Aqui estou e aqui quero ficar”.
No final das contas, cada evento dessa agenda cheia exala uma combinação única de interesses, compromissos e estratégias políticas. Mas para o povo, a fragrância que realmente importa é a do serviço funcionando, da saúde disponível, das estradas pavimentadas e da segurança eficiente. Que os perfumes políticos não ofusquem o aroma mais desejado: o do progresso real.