Nós mulheres: As Heroínas Invisíveis da Bahia
As mulheres baianas, muitas vezes invisibilizadas, demonstraram sua força heroica ao longo da história, liderando batalhas e enfrentando desafios, provando que o protagonismo feminino deve ser a regra, não a exceção.
Lisdeili Nobre
7/2/20242 min read


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As mulheres protagonizaram o principal ato político do Estado da Bahia.
E até hoje somos forçadamente empurradas para o secundarismo nos ambientes políticos. Às vezes, é como se não existíssemos, mas somos lembradas apenas se fizermos parte de algum plano masculino. Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa são consideradas, com muitos esforços historiográficos, como uma tríade heroica. Começamos a nos enxergar em Joana Angélica, que sacrificou-se enfrentando as tropas portuguesas para defender as irmãs do Convento da Lapa e o patriotismo da independência. Diga aí, mulheres, quantas vezes nos sacrificamos para cuidar dos nossos familiares e também pela comunidade em que vivemos?
A história de Maria Felipa, presente na cultura e no imaginário popular da Ilha de Itaparica, foi citada pela primeira vez em 1905, em um documento do historiador Ubaldo Osório, avô do escritor João Ubaldo Ribeiro. Uma trabalhadora braçal, pescadora e marisqueira, Maria Felipa liderou outras mulheres negras, indígenas tupinambás e tapuias em batalhas contra os portugueses que atacavam a Ilha de Itaparica a partir de 1822. Um dos feitos do grupo de Maria Felipa foi ter queimado 40 embarcações portuguesas próximas à Ilha. Mulheres, quantas vezes temos estratégias de guerra para lidar com nossos inimigos modernos e conseguimos unir aliadas para alcançar vitórias extraordinárias?
E Maria Quitéria, usando o uniforme de seu cunhado, entrou para o Batalhão dos Periquitos, assim apelidado pelo uso de mangas e golas verdes, e passou a se chamar soldado Medeiros. Combateu na Bahia de Todos os Santos, na Ilha de Maré, na Barra do Paraguaçu e na cidade de Salvador, na estrada da Pituba, Itapuã e Conceição. Quantas vezes nos masculinizamos para acessar lugares que foram criados exclusivamente para homens? Maria Quitéria demonstrou que nós, mulheres, temos habilidades excepcionais, até então consideradas masculinas, e exercemos forças fundamentais para o bem comum.
Vamos combinar: se até Maria Quitéria precisou de um disfarce, o que dirá de nós, meras mortais? Quantas vezes precisamos "colocar uma gravata" para sermos levadas a sério? É quase um cosplay diário! E Maria Felipa? Imagina a coragem de incendiar 40 embarcações. Se fosse hoje, ela já teria seu próprio reality show de sobrevivência.
Descubra as heroínas que estão dentro de você. Elas estão aí, esperando para serem reconhecidas e celebradas, não apenas nas páginas da história, mas no dia a dia, onde a batalha por igualdade e reconhecimento continua. Afinal, o protagonismo feminino nunca deveria ser a exceção, mas a regra. Vamos começar a escrever uma nova história, onde o protagonismo feminino é tão natural quanto respirar. E quem sabe, com um pouco de humor e muita crítica social, possamos começar a ver mais Marias, Joanas e Felipas no comando, porque, convenhamos, já passou da hora!