A saga da água e dos prefeitos que fazem de conta

A água, essa danada, tem seu curso natural. Ela nasce pura, cristalina, cheia de energia, pronta para hidratar a humanidade. Mas aí entra o ser humano, sempre com aquele talento especial para complicar o que já era simples. E quando falamos em complicações hídricas, senhores e senhoras prefeitas, temos um desfile de trapalhadas municipais que dariam um reality show digno de maratona.

ÁGUASANEAMENTO BÁSICOPOLÍTICAS PÚBLICAS

Lisdeili Mobre

2/14/20252 min read

A água, essa danada, tem seu curso natural. Ela nasce pura, cristalina, cheia de energia, pronta para hidratar a humanidade. Mas aí entra o ser humano, sempre com aquele talento especial para complicar o que já era simples. E quando falamos em complicações hídricas, senhores e senhoras prefeitas, temos um desfile de trapalhadas municipais que dariam um reality show digno de maratona.

Primeiro, tem aquele prefeito que adora uma promessa audaciosa. "Vamos universalizar a água tratada até 2033!" - grita no palanque, com o brilho nos olhos e um copo d'água (mineral, óbvio) na mão. A população aplaude, sonhando com torneiras jorrando líquido potável sem medo de giardíase. Mas o tempo passa e, em 2032, está lá ele, com um novo discurso: "Com muito esforço, podemos ampliar esse prazo até 2040!" E assim, empurrando com a barriga, o ciclo d'água vira um ciclo de desculpas.

Agora, vejamos o lado prático. Levar água tratada para a dona de casa é só metade do serviço. Mas e quando essa água, coitada, sai das torneiras, visita os banheiros, enfrenta detergentes, desinfetantes, gorduras e outras aventuras sanitárias? Pois é, ela precisa voltar para a natureza limpa. Só que o esgoto tratado nunca foi querido nas agendas públicas. Afinal, cadê a foto bonita no Instagram? Prefeitura gosta de calçadão reformado e pracinha florida. Mas post de estação de tratamento de esgoto? Há, quem quer ver isso?

E não podemos esquecer dos lixões. Porque tem prefeito que acha que meta de resíduos sólidos é coisa de livro de autoajuda. Lá está o lixão, à céu aberto, servindo de spa para urubus e de campo minado para crianças que brincam perto. Saneamento básico não é só cano e torneira; é também destinação correta para a água, drenagem da chuva e um mínimo de respeito pelo meio ambiente.

Mas, senhores prefeitos, acreditem: investir em saneamento não é apenas questão de saúde pública. É questão de futuro econômico. Nenhuma empresa séria quer investir em um município onde a água fede, o esgoto corre a céu aberto e os lixões competem em extensão com os campos de futebol. Cidade limpa atrai investimento, gera emprego e, acreditem, também rende boas fotos para redes sociais!

Então, bora fazer o serviço completo? Água tratada, esgoto tratado, lixo no lugar certo. Porque, no fim do dia, a cidade cresce, o jovem encontra trabalho, as crianças bebem água limpa e todo mundo ganha. Inclusive os prefeitos, que podem finalmente aparecer na foto sem precisar de filtro para esconder o caos!