A Revolução que Começou no Shopping
Tem fins de semana que passam e a gente nem percebe. Mas há outros que ficam marcados na alma. Este último, no Shopping Jequitibá, foi um desses: não teve show, não teve celebridade da televisão, mas teve algo maior — teve mulheres escrevendo o futuro.
Lisdeili Nobre
4/15/20252 min read


A Revolução que Começou no Shopping
Tem fins de semana que passam e a gente nem percebe. Mas há outros que ficam marcados na alma. Este último, no Shopping Jequitibá, foi um desses: não teve show, não teve celebridade da televisão, mas teve algo maior — teve mulheres escrevendo o futuro.
Em pleno sábado, os corredores viraram passarela de ideias potentes com o lançamento do livro “Garantias de Direito – A educação como acolhimento social no sistema prisional brasileiro”. Um título denso, urgente, necessário — como tudo que é verdadeiro. E quem escreveu? Elas! Jacira Santos de Oliveira Andrade, Laira Elaine Ramos Pedreira, Naiane Moura Xavier Marçal, Aline Cezarano Alves, Juliana Pinheiro Sales de Azevedo, Débora Consuelo Neves Queiroz, Nayara Riveiro Santos, Nathaly Figueiredo Barbosa, Rute Praxedes dos Santos Korol (organizadora), Thayane Miranda Silva e Isabele Aragão. E, num gesto bonito de parceria, também esteve ali Saulo Andrade Araujo, porque homens que somam também têm seu lugar.
Já no domingo, a emoção seguiu com força total: eu, Lisdeili Nobre, lancei “Mulher Política – Ocupe, Transforme, Inspire. A política precisa de você”. Um livro que não apenas chama, mas sacode. Que não apenas inspira, mas convoca. Que não apenas representa, mas transforma.
O que essas obras têm em comum? São manifestos. De inclusão. De justiça social. De uso eficiente dos recursos públicos. De igualdade como ponto de partida – e não como um favor concedido.
A escrita, para nós mulheres, sempre foi resistência. Porque quando escrevemos para o mundo, não tem como um homem atravessar a frase falando mais alto. Eles não conseguem interromper uma ideia com arrogância, nem roubar o que foi cravado em tinta e papel. O texto impresso não se acovarda. Ele fica. Ele marca. Ele inspira. E por isso, quando escrevemos, desafiamos o tempo — e o patriarcado. Nossa escrita não é silenciada. Ela ecoa. Ela floresce. E vira farol para as meninas que vêm depois de nós.
Aliás, a escrita feminina tem revolucionado nossa região! Tivemos também o lançamento de “Mulheres em Movimento: Igualdade de Gênero e Transformação”, de Andrea Peixoto, e o fortalecimento do Clube do Livro Mariaxs das Daz Marias, organizado por Laura Kauark, Carol Bráulio e Najara Gomes — uma verdadeira ciranda literária de saber, afeto e empoderamento coletivo.
Obrigada a todas, todos e todes que prestigiaram esses momentos, mesmo sem convite formal. Afinal, cultura de verdade é assim: é viva, é pública, é de quem se interessa. E fica aqui o convite: leiam essas mulheres. Conheçam suas ideias. Porque uma sociedade que lê mulheres é uma sociedade que se desenvolve.
E se alguém perguntar o que teve de especial nesse fim de semana, você pode responder com um sorriso no canto da boca: teve revolução. E ela estava encadernada.
Venha você também para essa revolução.