A POLÍTICA DO FAZ DE CONTA...

Faz de conta que a culpa não é nossa, que somos vítimas, e que tudo o que nos acontece é porque político é tudo igual, mesmo sabendo que nós não fazemos diferente!

Faz de conta que a gente não vende o voto, não troca por cargos, por cota de consulta ou exames, por 100 ou 200 contos de reais...

Faz de conta que a gente não sabe quem roubou o dinheiro público, quem desviou o dinheiro da merenda escolar, quem superfaturou os contratos, quem pagou pra se eleger!

Faz de conta que fomos enganados, que não sabíamos que era corrupto, que seria diferente, que não poderia esquecer da gente, que não sofreremos novamente...

Faz de conta que o problema não é a gente, o que se acredita ou defende, que o problema de caráter é do outro, que a crise de valores não nos pertence, que a nossa escolha é descente e que a imoralidade não tem precedente... Faz de conta!

Brincadeira de quem apronta e depois não dá conta...

Enquanto vivemos nesse mundo criado por nós mesmos de fazer de conta, sem assumir a responsabilidade das escolhas e decisões que nos aprisiona, enquanto a gente vê vantagem em benefícios particulares, num contexto onde a perda é maior para a coletividade, enquanto a gente pensa pequeno e se sente cada vez menor diante das dificuldades, enquanto a gente fortalece quem nos enfraquece, seremos sempre um povo sofredor!

O povo elege aqueles que se assemelham ou que lhe inspiram a ser, essa é a verdade!

O que a gente defende e acredita, fala muito sobre quem somos, e talvez seja difícil assumir que não somos bons, que há mediocridade, que não há verdade em nós, que somos nós quem invalidamos nossas prioridades, que não consideramos nossas necessidades, que vivemos de vaidades...

Enquanto a gente continuar elegendo os "Robin Hood's" da política (rouba mas faz), que detém os milhões e distribuem as migalhas, enquanto elegermos os que "promovem" a pobreza exaltando o vitimismo popular, enquanto muitos estiverem com posicionamentos infantilizados, estereótipando políticos como heróis e vilões, contarão sempre histórias tristes de faz de conta!

Ora, até quando pagaremos a conta, daquilo que nos afronta?

É a democracia em efeito ou a tolice em desrespeito?

Uma consciência crítica, independente, é capaz de transformar aquilo que oprime uma porção de gente...

Qem hoje se faz presente, qual história contará para o futuro descendente?

O faz de conta, não compensa, é o retrocesso que se sustenta, com base nas ilusões que os políticos inventam...

A inteligência é uma poderosa ferramenta, que auxilia na reforma e na construção de uma sociedade que se respeita!

Se houver dignidade, compromisso com a verdade, se o povo for implacável em não aceitar o errado, talvez assim, quem sabe um dia, transformarão a própria realidade!

Se alguém é de verdade, e vive de realidades, certamente não aceita o faz de conta que está uma beleza... Aquilo que não se enfeita: as demandas de um povo, que frequentemente se rejeita!