A Odisseia do Transporte Escolar e Quando Tem
A Odisseia do Transporte Escolar em Itabuna mostra que, sem um plano logístico eficaz, promessas de transporte gratuito são apenas tinta no papel, deixando estudantes como João caminhando quilômetros para chegar à escola
Lisdeili Nobre
7/12/20242 min read


Ah, a educação! Esse bem precioso que todos valorizam, mas que poucos tratam como prioridade real. Em Itabuna, a saga dos estudantes começa antes mesmo do primeiro sinal da escola tocar. Eles enfrentam um desafio épico digno de uma odisseia moderna: o transporte escolar.
Imagine o pequeno João, um garoto do Conjunto Habitacional São José, que precisa atravessar a cidade para chegar à escola. Ele acorda com as galinhas, veste seu uniforme com os olhos ainda meio fechados e sai de casa em uma verdadeira peregrinação. Afinal, quem precisa de um ônibus quando se tem um par de pernas, certo? João caminha, caminha e caminha... e quando finalmente chega à escola, já aprendeu mais sobre geografia e resistência física do que qualquer aula poderia ensinar.
E não é só o João. Maria, Pedro, Ana... todos eles enfrentam o mesmo dilema. Caminham por ruas esburacadas, desviam de carros e motos, enfrentam sol e chuva, tudo para alcançar um direito básico: a educação.
Mas será que precisamos realmente que nossos estudantes se transformem em maratonistas? Claro que não! A solução parece simples: transporte escolar gratuito e eficiente. Mas aqui entra a crítica social com uma pitada de humor. Não adianta o ônibus ser amarelinho, azuzinho ou seja de que cor for, se não existe um plano logístico eficaz para as rotas universitárias e escolares de ensino fundamental e médio. Tem menino que não chega na escola.
Ah, os conjuntos habitacionais! Lindos, novinhos, cheirando a tinta fresca, mas localizados no fim do mundo. Sem transporte, os moradores ficam ilhados, sem acesso a escolas, trabalho, cultura e lazer. "A mobilidade bloqueia inclusive a vida social do cidadão de baixa renda, que fica sem acesso a entretenimento, cultura e lazer. Estes são privilégios das pessoas motorizadas. Uma família de quatro pessoas que queira se deslocar da periferia até um parque no centro da cidade gastará R$24, caso a passagem unitária custe R$3. Para quem recebe salário mínimo, isso é impossível", disse alguém muito sábio, provavelmente enquanto esperava o ônibus que nunca chegou.
E aí, vem a cereja do bolo: muitos planos municipais não saem do papel. As metas são lindas, brilhantes, prometem mundos e fundos, mas na prática, é o mesmo samba de uma nota só. Prometem o transporte gratuito, mas onde estão as rotas? Onde estão os ônibus? Onde está a logística que faz tudo isso funcionar?