A Essência do Empreendedorismo Feminino: Uma Homenagem às Albertinas e Marias de Lourdes
Lisdeili Nobre
11/19/20242 min read


Empreender é um verbo que nasce da alma feminina. É uma força que brota do coração, transcende os desafios e transforma sonhos em ações. Minha mãe, Maria de Lourdes, é um exemplo vivo disso. Por toda a sua vida, ela bordou enxovais de bebê com mãos habilidosas, enchendo de amor cada ponto. Até hoje, ela recebe encomendas, mostrando que a essência empreendedora não tem idade. Com a renda do seu trabalho, ela contribuiu para a manutenção do lar, provando que empreender é, antes de tudo, cuidar.
Penso também em Albertina, personagem de Enxada, de Euclides Neto. Albertina simboliza tantas mulheres que, armadas de enxadas, agulhas, tesouras ou computadores, encontram no trabalho o poder de transformar. São as primeiras a acordar, deixam o almoço pronto, debulham milho, alimentam as crias e ainda encontram energia para plantar alimentos que serão vendidos na feira. Empreendem com suor, resiliência e um olhar afetuoso para o futuro.
Essas Albertinas do mundo real ensinam os filhos desde cedo sobre o valor do trabalho e o equilíbrio da vida. Enquanto carregam a casa nas costas, elas encontram tempo para criar negócios, liderar carreiras e cuidar da família. E não param. Hoje, essas mulheres também ocupam o espaço da inovação. Elas buscam competitividade, criam soluções e, muitas vezes, transformam pequenas ideias em grandes empreendimentos.
Não há desperdício para essas mulheres. Cada recurso é aproveitado, cada segundo conta. Elas constroem conexões e reinventam seus mundos com criatividade e paixão. Sejam pequenas produtoras, artesãs, empresárias ou líderes de startups, o espírito empreendedor feminino pulsa com uma força que inspira.
No Brasil, o empreendedorismo feminino tem crescido significativamente. Segundo o Sebrae, com base em dados do IBGE, 34% dos negócios em 2022 foram liderados por mulheres, totalizando mais de 10 milhões de empreendedoras. Muitas começaram por necessidade, mas não pararam aí. Avançaram com inovação e determinação, mesmo enfrentando barreiras como a jornada múltipla, a desigualdade de acesso ao financiamento e a alta carga tributária.
Como Albertina, que enxergava o potencial da terra e do trabalho árduo, essas mulheres reconhecem o valor de transformar o pouco em muito. Elas empreendem não apenas pela sobrevivência, mas pela construção de um futuro melhor, tanto para suas famílias quanto para a sociedade.
Essa é uma crônica em homenagem às mulheres que, como Maria de Lourdes e Albertina, nos ensinam que empreender é mais que um ato econômico. É um ato de coragem, de amor e de transformação. São essas mulheres que moldam um mundo melhor, ensinando que empreender é, de fato, a essência da alma feminina.